Ser apaixonada por leitura não ia de encontro à
minha origem. Vinda de uma família humilde, eu não tive acesso a livros de
ficção no decorrer de minha infância. Eles eram caros e meus pais esforçavam-se
por comprar os estritamente necessários (e chatos!), tais como: matemática,
física, química etc. Tive que deixar minha paixão pela leitura de lado e
começar a trabalhar desde cedo. O tempo se esvaía, como água entre os dedos, e
não me sobravam minutos para os sonhos. Porém, a mesma vida que me fez mudar de direção,
deu uma guinada em sua trajetória e me colocou face a face com meu antigo e
fulminante amor: os Livros de Ficção, mais especificamente, os livros
infanto-juvenis. Workaholic assumida, vi meu mundo ficar de cabeça para baixo
quando meu médico disse que estava grávida, mas que era uma gravidez de risco e
que teria que ficar de repouso durante os nove meses, caso realmente quisesse
segurar o bebê em meus braços. De início, achei o máximo ficar algumas semanas
sem fazer nada, só comendo besteiras e vendo todos os programas da televisão
(que nunca tive a oportunidade de assistir!). Mas, os dias foram passando e,
com eles, a minha paciência se esgotando. Após um mês deitada, comecei a ficar
nervosa e estava a um passo da depressão quando meu marido (e nas horas vagas,
meu super-herói) entrou em ação. Vou me recordar até os últimos dias de minha
vida quando ele chegou em casa carregando um presente envolto num lindo
embrulho e disse com um sorriso travesso nos lábios: "Você já dormiu demais. Está na hora de
começar a sonhar. "Abri o pacote e lá estava o meu grande amor
piscando para mim: um livro de ficção. E era infanto-juvenil! Bom, dali em diante, devorei quantidades absurdas
deles. Não sei se vale a pena dizer, mas eu li quase 100 livros em menos de um
ano. Loucura, não? Mas é a pura verdade. O resto são detalhes. E aqui estou
eu...
Uma vida normal e tranquila seria tudo que uma adolescente odiaria ter, certo? Não para Nina! Por que tinha que viver como uma nômade (ou fugitiva!), mudando de cidade ou país a cada piscar de olhos? Por que não podia saber nada sobre o paradeiro de seu pai? Por que sua mãe era tão neurótica e supersticiosa? Milhares de perguntas. Nenhuma resposta. O que significavam aqueles estranhos calafrios, acidentes e mortes que insistiam em acontecer ao seu redor? Teriam eles alguma ligação com o seu defeito de nascença? Ou seriam causados pelo selvagem bad boy de hipnotizantes olhos azuis-turquesa que costumava aparecer nos momentos mais assustadores? Nina jamais poderia imaginar que aquele garoto sombrio de corpo escultural e fisionomia atormentada lhe abriria os olhos para um universo paralelo. Só ele tinha as respostas para os seus mais íntimos questionamentos, mas cobraria um preço muito alto para fornecê-las: A vida dela!
Aguardem resenha! Beijos!
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